segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chico Xavier: Primeira entrevista na TV Tupi


Parte I


Parte II


Parte III


Parte IV

Vale a pena assistir!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Não descuide de seu progresso intelectual


Instituto Pestalozzi


Larissa Carvalho - Educacora, Historiadora e palestrante espírita
Rio Grande/RS




                      A ideia de que ninguém deve procurar aprender e melhorar-se para ser mais útil à Revelação Divina é muito mais uma tentativa de consagração à ociosidade que um ensaio de humildade incipiente.  - Emmanuel [1]  



Nos caminhos da vida, por vezes, deparamos com pessoas que exaltam o trabalho para o Cristo. Pessoas que nos inspiram a também trabalharmos, por nossa vez, pelos desesperançados do mundo, distribuindo consolo aos desesperados, levando alimento do corpo aos que passam fome. Irmãos generosíssimos, que distribuem do que lhes faz falta, que abrigam em seus lares outros irmãos sem rumo ou necessitados do carinho de um lar, de uma família.

Deparamos com grandes almas que dedicam suas vidas a instituições benemerentes, atendendo crianças enfermas, abandonadas, carentes de instrução e de afeto. Cruzamos com mantenedores de hospitais beneficentes, de casas de repouso aos idosos abandonados, de organizações em prol de vítimas de violência doméstica. Enfim, não nos falta exemplos de amor e fraternidade no mundo, se tivermos olhos de ver.

Em sua grande maioria, estes irmãos e irmãs não apelam unicamente para o desenvolvimento de suas virtudes morais. Procuram desenvolver suas aptidões intelectuais, da mesma forma.

O apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, por exemplo, era um homem muito bem educado. Seus mestres eram provenientes das escolas de Atenas e Alexandria, os maiores centros acadêmicos da Grécia antiga. Falava Grego, hebraico e era profundo conhecedor das antigas escrituras, dos clássicos gregos, das leis romanas. Também foi notável orador, divulgador do cristianismo e um homem de Bem, capaz de diminuir-se para que o Cristo fosse exaltado.

Mohandas Karamchand Gandhi, que dedicou sua vida à causa da libertação do povo indiano da colonização britânica, era advogado, tendo cursado a faculdade de direito em Londres. Leitor de obras como Bhagavad-Gita – o texto da religião hinduista – e tendo o Sermão da Montanha de Jesus como referência espiritual, era um intelectual indiano educado na Inglaterra. Mas sua cultura só auxiliou-o em defesa da não-violência para a libertação da Índia.

E como não citarmos o mestre lionês, Allan Kardec, que estudou numa das escolas europeias mais bem conceituadas de sua época, a Escola Pestalozzi, graduou-se em Ciências e Letras, conhecia profundamente o alemão (é o tradutor das obras de Fénelon para o francês), inglês e holandês, mas também dominava o espanhol e o italiano, além de conhecedor profundo de várias temáticas das ciências física, matemática, história, como atestam seus livros didáticos escritos antes da codificação.

Nenhum destes grande homens descuidaram da própria instrução intelectual. Note-se que muitos não os realizaram na escola formal, mas com leituras, buscando estudar obras de variadas ciências, pesquisando a partir da curiosidade em compreender o mundo.

Isto nos faz pensar que para sermos úteis à Doutrina dos Espíritos é necessário desenvolvermo-nos intelectualmente, ao lado de nossos esforços pelo desenvolvimento moral. Insensato pensar que para trabalhar para o Cristo precisamos estar com mentes e mãos ociosos para termos tempo para o Céu. Pensamento antiquado, que somente atesta preguiça mental.

Para realizarmos grandes obras de cunho espiritual, necessitamos conhecer mais, aprender sempre, estudar muito, seja nos bancos escolares, universitários, grupos de estudos, seja em bibliotecas e em nossas casas, mas nunca perdermos de vista que o conhecimento nos habilita a trabalharmos melhor na obra Divina e atentemos para o aviso do apóstolo dos gentios: “Procurai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (Paulo, I Coríntios, 12:31)

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[1]          XAVIER, Francisco Cândido (psicografado); Emmanuel (ditado). Fonte Viva. 36ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009, p. 133.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Um espelho chamado inimigo


É inegável o nosso dever, enquanto seres em evolução, de trabalharmos pelo próprio aperfeiçoamento. Forçoso é, para tanto, que busquemos constantemente o conhecimento de nós mesmos para, detectando objetivos já alcançados e esforços ainda necessários, logremos desenvolver nossa individualidade e adquirir maturidade. Santo Agostinho(1) , ciente das dificuldades deste processo, aconselhou uma maneira eficaz de fazermos tal exercício: a noite passar revista ao que fizemos durante o dia, interrogando nossa consciência a respeito de cada ação, dos objetivos que a motivaram e como a qualificaríamos se fosse praticada por outra pessoa. E acrescenta: “procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes, e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que faria um amigo” (grifos nossos).

Segundo o conselho de Santo Agostinho, ao revisar na memória as nossas ações do dia, observamos o que nos ocorreu como se estivéssemos vendo uma imagem refletida, podendo assim ver outros aspectos das situações que, quando vivenciadas, não foram captadas por nossa percepção. Detectamos alguns automatismos, hábitos repetidos sem intenção, atitudes que não gostaríamos de manter, e essa observação nos permite estar mais conscientes e em alerta para, no dia seguinte, tentar modificar ou não repetir. Por essa razão, as pessoas que conosco convivem podem ser consideradas espelhos na medida em que nos enxergam deste lugar exterior.

O espelho é, na realidade, um objeto cuja importância nos passa despercebida, possivelmente por ser tão corriqueiro. Quando bebês é a imagem do nosso corpo refletida no espelho que nos auxilia a construir nossa imagem corporal, ou seja, a percepção que temos das partes de nosso corpo e de nós próprios enquanto uma unidade. Tínhamos, até então, a percepção de um corpo desorganizado e, dentre outros eventos importantes, as diversas explorações deste corpo em frente ao espelho são decisivos na constituição do nosso “EU”. Mais adiante, o espelho nos auxilia a ver partes do nosso corpo que não são acessíveis aos nossos olhos, como as costas, o rosto, e detectar pequenos detalhes que nos permitem sairmos de casa de uma maneira apresentável ao olhar dos outros.

Como citado por Santo Agostinho, os inimigos podem ser espelhos que Deus nos oportuniza. Nesta reflexão, não trataremos daqueles inimigos que julgamos ter nos trazido prejuízos ou mágoas, pois seria assunto para outras longas páginas. Trataremos daqueles “inimigos” que encontramos em nossos companheiros de rotina, aqueles que nos contrariam, colegas de trabalho e até mesmo familiares com os quais possamos estar em pé-de-guerra. Esses inimigos geralmente não embelezam suas críticas quando nos acusam, visto que, se nosso afeto não lhes é caro, não sofrem pelo medo de perdê-lo. Se pudéssemos utilizá-los como espelhos, poderíamos identificar nossas falhas - primeiro passo para repará-las - fazendo uma análise do que é e o que não é real em suas acusações.

Há também aqueles “inimigos” com os quais não simpatizamos, muitas vezes sem saber por que razão. Se buscarmos avaliar essa antipatia de maneira aprofundada poderemos encontrar diversas razões como, por exemplo, que no fundo desejaríamos ter alguma coisa ou característica que essa pessoa possui. A inveja, ainda que camuflada, gera uma certa implicância e muitas vezes não assumimos, sequer para nós mesmos, as nossas reais motivações. Por outro lado, podemos nos incomodar por encontrar nos outros características que temos, e que de alguma maneira gostaríamos de ter com exclusividade. Outras vezes, implicamos com aspectos de alguém que também encontramos em nós e não gostamos, cobrando de alguma forma que o outro consiga realizar o que ainda não somos capazes. Desses pequenos detalhes, quando não somos seguros de nós e o egoísmo não nos permite reconhecer o direito dos outros de também prosperarem e serem felizes, é que surgem as diversas disputas e cobranças que acabam por abalar as mais ternas afeições.

As reclamações das pessoas com quem convivemos dirigidas a nós devem sempre servir de alerta. Mais do que mostrar algumas das nossas imperfeições, elas nos avisam que muitas das nossas ações e posicionamentos ferem e desrespeitam o nosso próximo, quando muito são apenas formas de nos pedir atenção, carinho, que estejamos mais próximos, ou que devemos dar-lhe mais espaço.

É conveniente observar que olhar-se pouco ou em damasia no espelho são atitudes que não trazem boas consequências. Na primeira situação, tornamo-nos desleixados com nossa aparência e, na segunda, acabamos dando importância exagerada a ela. Ao olhar para os diferentes espelhos da nossa vida, o melhor posicionamento é o equilíbrio, principalmente frente às críticas que recebemos dos nossos espelhos-inimigos: podemos ouvir aquilo que dizem a nosso respeito, tendo o cuidado de não tomar essa visão como verdade absoluta. Tanto por ser a imagem do espelho uma imagem virtual e não real, passível de análises e retoques, como pelo perigo de, na tentativa de agradar a gregos e troianos, tropeçarmos no caminho de nossa conquista evolutiva.



Carina Streda - Santo Ângelo/RS
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[1] KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Questão 919. Rio de Janeiro: FEB, 2003.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

SÂNDALO FERIDO




Quando alguém te ferir, irmão querido,

Não permita que o ódio te exaspere:

Busca a força que a prece nos confere

E perdoa o algoz, compadecido.



Deixa que a voz do amor te retempere

Pondo-te a ouvi-la desensurdecido:

"Sede vós como o sândalo ferido

Que aromatiza a lâmina que o fere."



Nossas dores são débitos passados;

Agressores, amigos disfarçados

A quem devemos reconhecimento.



Há pois no mundo um sábio regramento:

Injustiças as há, e há culpados;

Não existem porém injustiçados.



Aureci Figueiredo Martins - Porto Alegre/RS - Brasil

Associado ao http://www.institutoesp.blogspot.com/

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Filme dos Espíritos


Trailer:


Elenco: Nelson Xavier, Ênio Gonçalves, Etty Fraser, Ana Rosa, Sandra Corveloni, Reinaldo Rodrigues.

Direção: André Marouço e Michel Dubret

Gênero: Drama

Distribuidora: Paris Filmes

Estreia: 7 de Outubro de 2011

Sinopse: Após perder a esposa e a caminho do suicídio, um homem se depara com “O Livro dos Espíritos” e começa uma jornada de transformação interior rumo aos mistérios da vida espiritual e suas influências no mundo material.

Curiosidades:

Livremente baseado em O Livro dos Espíritos, escrito por Allan Kardec em 1857.


Enviado por Larissa Carvalho

domingo, 12 de junho de 2011

Vida interior



Vinícius Lousada


Há uma imperiosa necessidade de vida interior, a fim de lograr-se identificação com a realidade.  - Joanna de Ângelis (1)


O grande filósofo Sócrates teve ensejo de propor, pautado na inscrição do templo de Atenas: Conhece-te a ti mesmo.

Os Numes Tutelares propuseram a Allan Kardec a mesma tecnologia de bem viver, apontando-a como a chave do progresso moral (2) .

Viagem por muito postergada, sua procrastinação tem sido a causa de atrasos morais e de sofrimentos os mais variados como o vazio existencial que viceja em nossos dias, tendo por base a desidentificação do Si Profundo, ou seja, de nossa identidade espiritual.

Encoraja-te a essa viagem interior que te plenificará por dentro, trazendo-te, no futuro, a identificação com o Cristo Interno, gerando vida interior em abundância e, por conseqüência, autonomia espiritual.

Essa autonomia é fruto do trabalho cotidiano de reconhecimento de teus limites e possibilidades, de tuas deficiências morais e aprendizagens intelectuais por fazer ao mesmo tempo em que percebes os passos já conquistados no campo do intelecto e da moralidade.

Percebidos os fatores que sustentam tua sombra interior, combate-os produzindo iluminação íntima através da apreensão de uma virtude substitutiva dos últimos.

Desenvolve a tua disposição para o bem praticando-o e raciocinando, em teu íntimo, sobre as mudanças que deves e podes operar em ti mesmo, em prol da autosuperação que te cabe para a atual reencarnação.

Evita a promoção da culpa ou da baixa autoestima, elas em nada te ajudarão. Pelo contrário, assume tuas responsabilidades para com a tua consciência e procura ser feliz dando um passo de cada vez, na direção de Jesus.

Algumas vezes tropeçarás e lastimarás o tempo mau direcionado, em outras oportunidades te sentirás repleto de contentamento, reconhecendo que a retidão passa a ser uma constante em tua vida moral.

No encontro contigo mesmo exercita a possibilidade de questionares à própria consciência ante o cumprimento do dever, o modo de tratar os outros e a razoabilidade ou não de tuas atitudes.

Questionando-te, mapearás o teu planeta interno e revelarás a ti próprio o que precisa ser reciclado ou radicalmente transformado, pelo teu bem.

O Evangelho do Mestre Jesus é roteiro indispensável no tentame da evolução consciente, medita em suas lições e materializa-as em tuas vivências. Agindo assim, paulatinamente, enriquecerás a tua vida interior e lograrás novos patamares de progresso espiritual.

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1 FRANCO, Divaldo. Momentos de Saúde. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis). Salvador/BA: LEAL, 2001, p. 73.


2 O Livro dos Espíritos, questão 919.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estamos no Twitter




Prezados leitores e leitoras.

Estamos no twitter, acompanhem-nos em http://twitter.com/#!/Estudandokardec.

Paz e bem,

Estudando Kardec

sábado, 4 de junho de 2011

Consciência do dever




No âmago da consciência encontra-se o maior juiz de nossos atos e pensamentos: o dever moral.

Quando frente aos diversos compromissos assumidos surgem os vacilos da vontade, lá está a certeza do dever a nos alertar a respeito de nossas obrigações.

O dever moral estrutura-se nos conhecimentos que adquirimos acerca do bem e executa-se nas tentativas de que nossas escolhas e atos sejam coerentes com nossas idéias, sentimentos e prioridades.

O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros[1].

Não haverão expectadores, tampouco acusadores, quando nossas atitudes se mostrarem incompatíveis com nossas certezas íntimas. Unicamente sentiremos o alerta e as repreensões da nossa própria consciência, que algumas vezes resultam na culpa que nos constitui fardo.

O exercício do auto-conhecimento nos faz ter cada vez mais clareza daquilo que realmente somos e queremos, e o revigoramento através da prece nos mantém vigilantes para cumprirmos com as exigências da voz íntima que nos incita ao bem.

Orai e vigiai, aconselhou o Mestre.

Dediquemos-nos mais a análise de nossas aspirações, com profundo respeito a nossos sentimentos e compreensão de nossas dificuldades. O exercício constante do auto-amor nos leva ao progressivo amor e respeito ao outro.

Pela observância de nossos deveres íntimos evitamos hoje colher amanhã os frutos do erro e do arrependimento.

Carina Streda - Psicopedagoga e escritora residente em Santo Ângelo



[1] Kardec, Allan. Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XVII it.7.