quinta-feira, 23 de setembro de 2010

sábado, 18 de setembro de 2010

Psicoterapia Espírita - Aureci F. Martins


Em mais de quarenta anos de atividades espíritas, presenciamos inumeráveis casos de pessoas portadoras de distúrbios psíquicos e/ou comportamentais, que reencontraram a serenidade e a alegria de viver nos Centros orientados pela doutrina codificada por Allan Kardec.

A psicoterapia ideal, assim entendemos, é aquela praticada por técnicos que, além da formação acadêmica, conhecem e reconhecem as realidades espirituais, tal como aconteceu recentemente com o psiquiatra PhD Dr. Raymond Moody Jr – o festejado neurofisiologista autor do best seller “Vida depois da vida” – que, diante dos fatos irrecusáveis das sessões de regressão de memória a que se submeteu e outras tantas a que assistiu, acaba de confessar-se adepto da tese reencarnacionista, fazendo coro com inúmeros outros destacados psicoterapeutas da atualidade.

Com relação à terapêutica espiritual oferecida pelas instituições orientadas pela codificação kardecista, cabe esclarecer que somente pode ser exercida por pessoas que pautam sua conduta pela ética doutrinária e que são detentoras da visão espiritocêntrica que a ciência espírita propicia a seus estudiosos. Assim sendo, trata-se de pessoas de boa vontade que possuem informações bastantes sobre a natureza transcendente da criatura humana: reencarnação, desencarnação, imortalidade da alma, vida fora da matéria, sintonia mental, leis morais etc. Diga-se de passagem que, sabidamente, muitos livros da doutrina espírita (Kardec e afins) são excelentes tratados do que hoje se conhece como “psicologia transpessoal”.

Defendemos, pois, a validade da psicoterapia espírita, que inclui a orientação doutrinária apoiada nos ensinos morais de Jesus e as técnicas desobsessivas(1) e fluidoterápicas(2), nas quais contamos com o auxílio dos socorristas espirituais. Não ignoramos, todavia, que o êxito do atendimento espiritual depende do merecimento e do esforço a ser empreendido pelo enfermo para elevar seu padrão vibracional e, desse modo, livrar-se dos maus pensamentos e baixos sentimentos que o tornam vulnerável ao assédio dos espíritos inferiores via sintonia mental.

Há casos em que bastam a prece, a freqüência às reuniões doutrinárias e a leitura de livros edificantes para que a autocura incentivada se efetive. Casos mais graves, entretanto, requerem a conjugação das técnicas desobsessiva e fluidoterápica. Existem ainda situações de expiação de graves deslizes, cometidos pelo indivíduo em seu passado espiritual recente ou de anteriores reencarnações, que podem demandar tempo alongado para obtenção da cura definitiva. Todavia, o esclarecimento espiritual propicia ao doente o consolo de saber-se um espírito imortal e que, com seu esforço de autotransformação moral e de ação no bem, poderá abreviar seus sofrimentos.



Cabe esclarecer ainda que, seja em atendimentos presenciais seja à distância, o tratamento espírita será gratuito e se restringirá aos aspectos espirituais dos distúrbios mento-afetivos e dos efeitos psicossomáticos deles derivados.



Com base em nossa experiência pessoal, podemos afirmar que a informação e o tratamento espíritas constituem eficientes coadjuvantes ao atendimento propiciado pelos profissionais das ciências médicas e/ou psicológicas, sabidamente indispensável nos casos que requerem medicação e/ou aplicação de técnicas psicoterápicas convencionais.

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(1) Desobsessão – Doutrinação dos espíritos obsessores.

(2) Fluidoterapia – Imposição de mãos (passes), água magnetizada, preces.
 

domingo, 12 de setembro de 2010

Trabalhemos pelo Espiritismo - Vinícius Lousada


"Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa."(1)

“É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.” (2)



Reconhecemos no Espiritismo o Consolador Prometido por Jesus em sua mais alta expressão.

Trata-se de mensagem lúcida e racional que consola-nos em nossas dores e promove a resignação ativa pelo esclarecimento superior que fornece ao Espírito ávido por edificar, em si, uma vida interior rica de valores imperecíveis.

O Espiritismo – lido, estudado, pensado e vivido – dá-nos motivação para um trânsito feliz na Terra e arrebata à alma para vôos mais altos em seus propósitos existênciais e experiências educativas.

Enfim, é uma doutrina filosófica calcada nos ensinamentos dos Espíritos Luzeiros que tratam de saberes – alguns já ensinados na antiguidade e outros pouco a pouco desvelados pela Ciência do mundo, que passa a se espiritualizar pela coragem homens e mulheres de grande valor, cujas lides se voltam ao fenômeno espiritual como algo digno do quefazer científico – cujos desdobramentos filosóficos não dogmáticos trazem contribuições inolvidáveis para a felicidade nas vivências humanas.

São inúmeros os ganhos morais que a compreensão dos fatos e dos princípios espíritas traz e quem se dedica a filosofar sobre isso não pode se furtar a percebê-lo. Entretanto, num mundo matizado por tanto materialismo e suas conseqüências funestas e com uma carência absurda de espiritualidade, é o caso de nos perguntarmos se não cabe a cada espírita assumir um compromisso de difusão das idéias espíritas, sem doentio proselitismo e nem timidez no bem.

Ler o livro espírita, sobretudo, as obras fundamentais, e partilhar suas leituras com familiares já é um bom começo nessa empreitada. Podemos, inclusive, esquecer um livro aqui ou outro ali...

Escrever uma página reflexiva e otimista sobre uma temática de nossa afinidade é um passo interessante e pode contribuir para esclarecer alguém no mundo. A internet é uma grande aliada, mas podemos também publicar textos breves em jornais locais. Pensando no valor da rede criei meu blog.

Claro, não esqueçamos os periódicos espíritas, mas, igualmente, não façamos Espiritismo somente para espíritas – afinal ele veio trazer uma nova era para a humanidade e não somente para os que convivem no centro espírita.

Programas radiofônicos, de boa qualidade técnica e doutrinária, são sempre bem-vindos. Dão trabalho planejá-los, mas a repercussão junto ao povo é profundamente compensadora.

Programas na TV a cabo ou aberta: nada que o planejamento e assessorias especializadas no movimento espírita e fora dela não supra nossos próprios limites. O movimento espírita é profícuo nesse sentido, observemos o belo caso da TVCEI.

Descubramos bairros ou localidades onde não haja centro espírita, e, com desinteresse pessoal e desejo de promover a obra de educação do Espiritismo, convidemos alguns amigos, falemos da mensagem lúcida do Evangelho e da Doutrina. Abramos sempre a palavra ao público, pois, o bom debate pode dirimir algumas dúvidas cruciais à abertura dos corações à fé raciocinada postulada no Espiritismo.

Feitos alguns encontros com palestras ou diálogos, passemos a propor a formação de pequenos grupos de estudo que, no futuro, poderão se instituir como casas espíritas formalizadas. Em todo o processo, o seareiro de boa-vontade é apenas um facilitador, não seduzido pelo poder aparente de conduzir vidas, atavismo do passado religioso.

Em todas estas tarefas, a fidelidade a Jesus e Kardec é condição sem a qual não há correta difusão do Espiritismo.

Preparemos impressos, páginas esparsas ou livros, cultivemos os clubes do livro espírita, as feiras e, aliás, até mesmo uma banca em local público do nosso município a fim de que, o Espiritismo se enfronhe no cotidiano do povo.

A Espiritualidade Superior já está fazendo a sua parte inspirando profissionais no cinema, teatro, literatura, na redação de novelas, em diferentes ramos do conhecimento científico e etc. Resta saber se faremos a nossa parte no combate à ignorância espiritual, disponibilizando aos nossos irmãos de jornada o pensamento espírita – sem espírito de messianismo doentio.

De qualquer modo, a vivência é o mais eficaz recado que se pode dar e valoriza com justiça qualquer outra estratégia escolhida para o labor de promoção da idéia espírita. Verifiquemos, assim, que sempre há algo que possamos fazer.

Não nos detenhamos, pois, o Espiritismo é para todos.


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(1) Mateus 5:15.
 
(2) O evangelho segundo o espiritismo, Cap I, item 1.
 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Retrato de Kardec aos 25 anos - um equívoco? - Sônia Zaghetto



Uma das mais famosas imagens de Allan Kardec pode não retratar o Codificador do Espiritismo. O desenho que mostraria Kardec aos 25 anos de idade provavelmente é um auto-retrato do pintor francês Raymond Auguste Quinsac Monvoisin (1790 - 1870).

Membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Monvoisin é o autor de um retrato do Codificador do Espiritismo. Foi uma doação de oito quadros desse pintor renomado que estimulou em Kardec o desejo de fazer um Museu Espírita. A idéia foi apresentada pelo Codificador na Revista Espírita de dezembro de 1868. O texto sobre a “Constituição Transitória do Espiritismo” apresentava os planos de Kardec para o futuro do Espiritismo. Ele incluiu, entre as diversas ações a cargo do Comitê Central, a criação de um museu que reunisse “as primeiras obras de arte espírita, os trabalhos mediúnicos mais notáveis, os retratos dos adeptos que bem tiverem merecido da Causa por seu devotamento, os dos homens que o Espiritismo honra, posto que estranhos à Doutrina, como benfeitores da humanidade, grandes gênios missionários do progresso”.

Precisamente nesse item, Kardec acrescentou uma nota em que afirma que “o futuro museu já possui oito quadros de grandes dimensões, que só esperam um local conveniente, verdadeiras obras-primas de arte, especialmente executadas em vista do Espiritismo, por um artista de renome, que generosamente os ofereceu à Doutrina. É a inauguração da arte espírita, por um homem que reuniu a fé sincera ao talento dos grandes mestres”. A nota encerra com uma promessa: “Em tempo hábil daremos sua descrição detalhada”. Não foi possível, pois três meses depois Kardec desencarnou e o nome do pintor e das obras ficou oculto.

O assunto voltou às páginas da Revista em julho de 1869, no texto “Museu do Espiritismo”, no qual se lê um resumo sobre os planos de Allan Kardec sobre o museu e uma lista dos quadros mencionados pelo Codificador: Retrato alegórico do Sr. Allan Kardec; Retrato do autor (Monvoisin); três cenas espíritas da vida de Jeanne d'Arc (Jeanne na fonte, Jeanne ferida e Jeanne sobre a fogueira); o Auto-de-fé de João Huss; um quadro simbólico das Três Revelações, e a Aparição de Jesus entre os apóstolos, depois da morte corporal.

Diz o texto da Revista, que foi extraído da Ata da sessão da Sociedade ocorrida em 7 de maio de 1869: “Quando o Sr. Allan Kardec publicou esse artigo na Revista, ele tinha a intenção de dar a conhecer o nome do autor, a fim de que todos pudessem render homenagem ao seu talento e à firmeza de suas convicções. Se disso nada fez, é que aquele, que a maioria dentre vós conhece, por um sentimento de modéstia que compreendeis facilmente, desejava guardar o incógnito e não ser conhecido senão depois de sua morte. Hoje as circunstâncias mudaram, o Sr. Allan Kardec não está mais entre nós, e, se devemos nos esforçar por executar os seus desejos tanto quanto o possamos, devemos também, todas as vezes de que disso tivermos a possibilidade, pôr nossa responsabilidade a coberto e evitar as eventualidades que os acontecimentos imprevistos ou as manobras malevolentes possam fazer surgir. É com esta intenção, senhores, que a senhora Allan Kardec me encarrega de vos saber fazer que seis dos quadros designados acima, foram remetidos às mãos de seu marido, que se acham atualmente entre os seus, e que ela os conservará em depósito até que um local apropriado, comprado com os fundos provenientes da caixa geral, e gerido por conseqüência sob a direção da comissão central encarregada dos interesses gerais da Doutrina, permita dispô-los de maneira conveniente”.

O texto prossegue informando que, doravante, todo espírita poderia examinar e apreciar os quadros na residência particular da senhora Allan Kardec, às quartas-feiras, de duas horas às quatro horas. A Revista informou que dois quadros ainda estavam com o autor, que é finalmente identificado: “É, com efeito, o Sr. Monvoisin que, haurindo uma nova energia na firmeza de suas convicções, quis, apesar de sua idade avançada, concorrer ao desenvolvimento da Doutrina, abrindo uma era nova para a pintura, e se pondo à frente daqueles que, no futuro, ilustrarão a arte espírita. Nós não diremos mais a esse respeito; o Sr. Monvoisin é conhecido e apreciado por todos, tanto quanto artista de talento como espírita devotado, e ele tomará lugar ao lado do mestre, nas fileiras daqueles que terão muito merecido do Espiritismo”.

Como se observa, entre as obras listadas há um retrato de Kardec e um auto-retrato de Monvoisin. Em 1954 – quando todos os que conviveram com Kardec e Monvoisin já haviam desencarnado e os arquivos da Sociedade haviam sofrido os efeitos dos transtornos de duas Guerras Mundiais – a Revue Spirite publicou, pela primeira vez, o suposto retrato de Allan Kardec aos 25 anos. Repetiu o retrato na edição de 1962. A partir de então, pesquisadores e biógrafos brasileiros passaram a utilizar a imagem como sendo o Codificador na juventude.

Entretanto, uma comparação entre os auto-retratos de Monvoisin atualmente disponíveis em diversos museus e coleções particulares mostram uma espantosa semelhança com a suposta imagem de Kardec aos 25 anos. Os mais impressionantes são retratos obtidos junto ao Museo de Bellas Artes do Chile (que constam do site www.artistasplasticoschilenos.cl) e o que está disponível no endereço www.naon.com/ dic03/htms/dic03_051esp.htm – este é uma pintura a óleo vendida em dezembro de 2003 por 53 mil dólares, pela empresa argentina J.C Naón e Cia S.A, especializada em leilões de objetos de arte. O quadro, que constava do lote 4, foi adquirido por um colecionador. A Naón garante a autenticidade: é um auto-retrato de Monvoisin. Apesar de um pouco mais velho, são perceptíveis as semelhanças com a suposta imagem de Kardec aos 25 anos: a farta cabeleira, o nariz alongado, a barba rala e o formato dos lábios, do rosto, dos olhos e das sobrancelhas.

No Portal de Arte (www.portaldearte.cl/autores/monvoisin1.ht), patrocinado pelo Ministério da Educação, pela UNESCO, pelo Museo Nacional de Bellas Artes do Chile também há um auto-retrato de Monvoisin, em absolutamente tudo assemelhado ao que se acredita ser Kardec. Lançada a questão, que cada um analise, compare e tire as conclusões que achar convenientes.


Quem é Raymond Monvoisin

Raymond Auguste Quinsac Monvoisin nasceu em 31 de maio de 1790, em Bordeaux, França. Pintor de gênero, paisagem, história e retrato, foi um dos mais destacados discípulos do Barão Guérin, na Escola de Belas Artes de Paris.

Premiado diversas vezes, aos 27 anos tornou-se pensionário do rei da França, em Roma. Ao voltar à França, distinguiu-se nos Salons e por duas vezes foi premiado com o primeiro lugar. Dessa época, que se estendeu até 1842, datam suas séries de retratos dos reis da França e dos marechais da Renascença, encomendados pelo Governo para as galerias históricas do Palácio de Versailles.

Em 1836, Monvoisin – que tinha um forte temperamento – desentendeu-se com o diretor dos museus reais franceses, Sr. de Cailleux. Abalado pelo episódio e por outros problemas particulares, deixou a França em maio de 1842.

Veio para a América do Sul. Monvoisin e Rugendas foram os dois mais importantes artistas a visitar o Continente Americano, nessa época. Depois de uma rápida passagem por Buenos Aires, chegou ao Chile em janeiro de 1843, portando pouco mais de dez painéis que foram exibidos em março daquele ano na Universidade de São Filipe. Essa mostra, que tornou-se um marco na História da Arte no Chile, atraiu a atenção de diversas personali-dades e causou admiração pela perícia e beleza das obras. Monvoisin recebeu pelo menos uma centena de encomendas de retratos: pintou praticamente toda a aristocracia chilena da época. O Governo prometeu-lhe a direção da futura Academia de desenho e pintura do Chile, mas acabou por escolher o italiano Alexandre Cicarelli.

Depois de algum tempo, Monvoisin visitou o Peru e o Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1847. Em carta ao irmão, reclamou do calor e informou que pintaria um retrato de D. Pedro II, que o recebeu calorosamente. A pintura – que mostra D. Pedro de pé, em traje imperial – é considerado o mais fiel retrato do Imperador brasileiro. Em reconhecimento, D. Pedro concedeu ao artista a insígnia de Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro e uma pêndula de bronze. O quadro – que pode ser visto no Museu Imperial de Petrópolis – pertence ao príncipe D. João de Orléans e Bragança, bisneto de D. Pedro II. O Imperador tinha, em sua pinacoteca no Paço S. Cristóvão, outro quadro de Monvoisin: Jovem Peruano (ou Jovem Araucano).

Monvoisin voltou à França em 1858, quando o Espiritismo estava no auge. Tornou-se espírita e adepto da Homeopatia. A primeira referência a ele está na Revista Espírita de maio de 1866. A seção “Conversas de Além-Túmulo” traz a transcrição de uma evocação do espírito do Abade Laverdet, um dos pastores da Igreja francesa, ocorrida no dia 5 de janeiro de 1866. Ali, Kardec informa que “um dos mais íntimos amigos do abade, o Sr. Monvoisin, o eminente pintor de história, espírita fervoroso, tendo desejado ter dele algumas palavras de além-túmulo, nos pediu para evocá-lo”.

O pintor faleceu em Boulogne-sur-Seine (Paris), em 26 de março de 1870. Na edição de maio daquele ano, a Revista Espírita noticiou a desencarnação com ampla reportagem, em que são contadas sua vida e sua dedicação ao Espiritismo. No texto são citadas frases. Entre elas: “Eu serei o precursor e o pai da pintura espírita”. Ao desencarnar, trabalhava em uma série de retratos dos precursores do Espiritismo.


Fonte: Mundo Espírita, agosto de 2007.

sábado, 4 de setembro de 2010

NOS EMBATES POLÍTICOS - André Luiz


Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.

Só o Espírito possui eternidade.

Distanciar-se do partidarismo extremado.

Paixão em campo, sombra em torno.

Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.

O despistamento favorece a dominação do mal.

Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei.

O discernimento é caminho para o acerto.

Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos.

O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.

Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência.

A fé nunca será produto para o mercado humano.

Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.

Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.

Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.

A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.

“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” — Jesus. (LUCAS, 16:13.)
 
- Extraído do livro Conduta Espírita - Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira