sábado, 18 de setembro de 2010

Psicoterapia Espírita - Aureci F. Martins


Em mais de quarenta anos de atividades espíritas, presenciamos inumeráveis casos de pessoas portadoras de distúrbios psíquicos e/ou comportamentais, que reencontraram a serenidade e a alegria de viver nos Centros orientados pela doutrina codificada por Allan Kardec.

A psicoterapia ideal, assim entendemos, é aquela praticada por técnicos que, além da formação acadêmica, conhecem e reconhecem as realidades espirituais, tal como aconteceu recentemente com o psiquiatra PhD Dr. Raymond Moody Jr – o festejado neurofisiologista autor do best seller “Vida depois da vida” – que, diante dos fatos irrecusáveis das sessões de regressão de memória a que se submeteu e outras tantas a que assistiu, acaba de confessar-se adepto da tese reencarnacionista, fazendo coro com inúmeros outros destacados psicoterapeutas da atualidade.

Com relação à terapêutica espiritual oferecida pelas instituições orientadas pela codificação kardecista, cabe esclarecer que somente pode ser exercida por pessoas que pautam sua conduta pela ética doutrinária e que são detentoras da visão espiritocêntrica que a ciência espírita propicia a seus estudiosos. Assim sendo, trata-se de pessoas de boa vontade que possuem informações bastantes sobre a natureza transcendente da criatura humana: reencarnação, desencarnação, imortalidade da alma, vida fora da matéria, sintonia mental, leis morais etc. Diga-se de passagem que, sabidamente, muitos livros da doutrina espírita (Kardec e afins) são excelentes tratados do que hoje se conhece como “psicologia transpessoal”.

Defendemos, pois, a validade da psicoterapia espírita, que inclui a orientação doutrinária apoiada nos ensinos morais de Jesus e as técnicas desobsessivas(1) e fluidoterápicas(2), nas quais contamos com o auxílio dos socorristas espirituais. Não ignoramos, todavia, que o êxito do atendimento espiritual depende do merecimento e do esforço a ser empreendido pelo enfermo para elevar seu padrão vibracional e, desse modo, livrar-se dos maus pensamentos e baixos sentimentos que o tornam vulnerável ao assédio dos espíritos inferiores via sintonia mental.

Há casos em que bastam a prece, a freqüência às reuniões doutrinárias e a leitura de livros edificantes para que a autocura incentivada se efetive. Casos mais graves, entretanto, requerem a conjugação das técnicas desobsessiva e fluidoterápica. Existem ainda situações de expiação de graves deslizes, cometidos pelo indivíduo em seu passado espiritual recente ou de anteriores reencarnações, que podem demandar tempo alongado para obtenção da cura definitiva. Todavia, o esclarecimento espiritual propicia ao doente o consolo de saber-se um espírito imortal e que, com seu esforço de autotransformação moral e de ação no bem, poderá abreviar seus sofrimentos.



Cabe esclarecer ainda que, seja em atendimentos presenciais seja à distância, o tratamento espírita será gratuito e se restringirá aos aspectos espirituais dos distúrbios mento-afetivos e dos efeitos psicossomáticos deles derivados.



Com base em nossa experiência pessoal, podemos afirmar que a informação e o tratamento espíritas constituem eficientes coadjuvantes ao atendimento propiciado pelos profissionais das ciências médicas e/ou psicológicas, sabidamente indispensável nos casos que requerem medicação e/ou aplicação de técnicas psicoterápicas convencionais.

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(1) Desobsessão – Doutrinação dos espíritos obsessores.

(2) Fluidoterapia – Imposição de mãos (passes), água magnetizada, preces.