domingo, 12 de setembro de 2010

Trabalhemos pelo Espiritismo - Vinícius Lousada


"Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa."(1)

“É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.” (2)



Reconhecemos no Espiritismo o Consolador Prometido por Jesus em sua mais alta expressão.

Trata-se de mensagem lúcida e racional que consola-nos em nossas dores e promove a resignação ativa pelo esclarecimento superior que fornece ao Espírito ávido por edificar, em si, uma vida interior rica de valores imperecíveis.

O Espiritismo – lido, estudado, pensado e vivido – dá-nos motivação para um trânsito feliz na Terra e arrebata à alma para vôos mais altos em seus propósitos existênciais e experiências educativas.

Enfim, é uma doutrina filosófica calcada nos ensinamentos dos Espíritos Luzeiros que tratam de saberes – alguns já ensinados na antiguidade e outros pouco a pouco desvelados pela Ciência do mundo, que passa a se espiritualizar pela coragem homens e mulheres de grande valor, cujas lides se voltam ao fenômeno espiritual como algo digno do quefazer científico – cujos desdobramentos filosóficos não dogmáticos trazem contribuições inolvidáveis para a felicidade nas vivências humanas.

São inúmeros os ganhos morais que a compreensão dos fatos e dos princípios espíritas traz e quem se dedica a filosofar sobre isso não pode se furtar a percebê-lo. Entretanto, num mundo matizado por tanto materialismo e suas conseqüências funestas e com uma carência absurda de espiritualidade, é o caso de nos perguntarmos se não cabe a cada espírita assumir um compromisso de difusão das idéias espíritas, sem doentio proselitismo e nem timidez no bem.

Ler o livro espírita, sobretudo, as obras fundamentais, e partilhar suas leituras com familiares já é um bom começo nessa empreitada. Podemos, inclusive, esquecer um livro aqui ou outro ali...

Escrever uma página reflexiva e otimista sobre uma temática de nossa afinidade é um passo interessante e pode contribuir para esclarecer alguém no mundo. A internet é uma grande aliada, mas podemos também publicar textos breves em jornais locais. Pensando no valor da rede criei meu blog.

Claro, não esqueçamos os periódicos espíritas, mas, igualmente, não façamos Espiritismo somente para espíritas – afinal ele veio trazer uma nova era para a humanidade e não somente para os que convivem no centro espírita.

Programas radiofônicos, de boa qualidade técnica e doutrinária, são sempre bem-vindos. Dão trabalho planejá-los, mas a repercussão junto ao povo é profundamente compensadora.

Programas na TV a cabo ou aberta: nada que o planejamento e assessorias especializadas no movimento espírita e fora dela não supra nossos próprios limites. O movimento espírita é profícuo nesse sentido, observemos o belo caso da TVCEI.

Descubramos bairros ou localidades onde não haja centro espírita, e, com desinteresse pessoal e desejo de promover a obra de educação do Espiritismo, convidemos alguns amigos, falemos da mensagem lúcida do Evangelho e da Doutrina. Abramos sempre a palavra ao público, pois, o bom debate pode dirimir algumas dúvidas cruciais à abertura dos corações à fé raciocinada postulada no Espiritismo.

Feitos alguns encontros com palestras ou diálogos, passemos a propor a formação de pequenos grupos de estudo que, no futuro, poderão se instituir como casas espíritas formalizadas. Em todo o processo, o seareiro de boa-vontade é apenas um facilitador, não seduzido pelo poder aparente de conduzir vidas, atavismo do passado religioso.

Em todas estas tarefas, a fidelidade a Jesus e Kardec é condição sem a qual não há correta difusão do Espiritismo.

Preparemos impressos, páginas esparsas ou livros, cultivemos os clubes do livro espírita, as feiras e, aliás, até mesmo uma banca em local público do nosso município a fim de que, o Espiritismo se enfronhe no cotidiano do povo.

A Espiritualidade Superior já está fazendo a sua parte inspirando profissionais no cinema, teatro, literatura, na redação de novelas, em diferentes ramos do conhecimento científico e etc. Resta saber se faremos a nossa parte no combate à ignorância espiritual, disponibilizando aos nossos irmãos de jornada o pensamento espírita – sem espírito de messianismo doentio.

De qualquer modo, a vivência é o mais eficaz recado que se pode dar e valoriza com justiça qualquer outra estratégia escolhida para o labor de promoção da idéia espírita. Verifiquemos, assim, que sempre há algo que possamos fazer.

Não nos detenhamos, pois, o Espiritismo é para todos.


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(1) Mateus 5:15.
 
(2) O evangelho segundo o espiritismo, Cap I, item 1.