sábado, 17 de dezembro de 2011

JESUS E A SUA MISSÃO

 
imagem: http://www.flickr.com/photos/andreapandolfi/2190086160/in/photostream/



Vinícius Lousada[1]


Ele veio... pão da vida, luz do mundo...

Tinha o olhar quente e profundo e solene tinha a voz.

                Ele veio... mãos vazias, desarmadas...

                Nem escudos, nem espadas, só amor por todos nós.

                Toda noite sem estrelas Ele ilumina

E as nuvens mais escuras Ele desfaz...

                Ele veio e agitou a nossa alma e tirou a nossa calma,

                Mas nos trouxe a Sua paz...

- Antônio Luiz Milecco



Nosso Mestre Jesus
 
            Jesus apresentou-se no mundo em uma trajetória entre os homens e as mulheres do povo, falando-lhes do bem, do amor universal e vivendo a compaixão em sua mais concreta expressão, no diálogo constante com os sofredores de toda ordem. O Mestre é um Espírito de escol que encarnou em nosso globo para ensinar uma mensagem especial, a boa notícia referente às verdades eternas.

            Nos registros dos evangelistas e nas narrativas das tradições espirituais de além-túmulo, Ele é descrito como um rabi que vivia ensinando, onde as variadas circunstâncias eram momentos oportunos à partilha da mensagem de que era portador.

Com os recursos de fala impecável, da capacidade de dialogar profundamente com discípulos e consulentes variados, provocava em seus educandos o pensamento em torno do saber indispensável a respeito do universo íntimo, fonte das causas profundas da felicidade e da saúde, ou da ausência de ambas, na vida da criatura humana.

            Os Seus gestos tão eloqüentes como as Suas falas e as atitudes permanentemente elucidativas atestam a sua condição humana de autêntico educador e, assim sendo, o Raboni confirmou a Sua missão junto aos que o acompanhavam quando anunciou: “Vós me chamais ‘o Mestre’ e ‘o Senhor’, e dizeis bem, pois sou.”[2]

Quando o Mestre destaca ser “o Senhor” está a confirmar aos que acompanham seus passos que Ele é o Messias aguardado há muito, como destacava a mediunidade profética de indivíduos que legaram essa informação na tradição oral ou nas escrituras antigas, adotadas como fundamento da orientação religiosa dos filhos de Israel à época.



Jesus no Espiritismo
 
            Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, com base no apontamento que os Espíritos Superiores fazem do Cristo como Espírito mais perfeito que Deus nos ofereceu por guia e modelo, afirma em comentário a resposta apresentada que



“Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.”[3]



            Vejamos que o codificador compreende o Mestre como o Espírito mais puro de quantos tem vivido em nosso lar planetário, de modo que a Sua sintonia com a vontade e as Leis do Criador era de tal forma que Kardec chegou a afirmar que “o Espírito Divino o animava”, ou seja, “dava-lhe alma”, no sentido figurado da expressão. Aliás, sobre o que ensinava, Jesus ponderou: “O ensino não é meu, mas daquele que me enviou.”[4]

            Portanto, em se tratando de Doutrina Espírita, Jesus de Nazaré é esse Espírito puro que encarna entre nós para lecionar as Leis Cósmicas e se configura como referência moral máxima que os terrícolas podem almejar como meta espiritual a ser conquistada.

            Adiante, ao estudar a superioridade da natureza de Jesus, Kardec ratifica o entendimento do Rabi como um “um Espírito superior, (...) um dos de ordem mais elevada e colocado, por suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade terrestre”[5], reconhecido pelos imensos resultados produzidos pela “sua encarnação neste mundo”[6] E, ao descrever a missão Dele, ressalta-o como um Messias Divino portador de uma tarefa singular, somente confiada por Deus aos seus mensageiros diretos, para o cumprimento dos desígnios celestes.



O que fazer desse saber?

            Costuma dizer um amigo querido, o Prof. Cícero Teixeira, que Natal deve ser considerado como um evento diário, em que é preciso atender ao convite do Divino Amigo para a renovação de nós mesmos. Aproveito a fraterna provocação dele para convidar você, irmão leitor, a pensarmos na possibilidade de após o “corre-corre” da festa em família, que se dedique a alguns minutos de meditação sobre a sua intimidade com Jesus, o modo com que Seus ensinos fazem vibrar as fibras de seu coração.

            Melhor ainda: convide a família, já nos primeiros dias desse ano que se inicia, a realizar semanalmente a reunião do Evangelho no Lar, na simplicidade e diálogo que nela deve vigorar. Leia em conjunto algumas páginas de O Evangelho segundo o Espiritismo, entre uma prece e outra, e nesse período após a leitura se entregue a conversar produtivamente do sentido de Jesus e Sua mensagem em suas vidas. Ore com convicção pelo grupo familiar e pela coletividade.

            Caso estejamos convictos da missão de Jesus e da perspectiva que o Espiritismo tem do Mestre e de seus ensinamentos, procuremos usar esse saber honrando-O, aproveitando as Suas imorredouras lições nas mudanças morais que o momento de transição planetária que estamos a viver nos pede.

            E assim, vivamos todos os dias em Feliz Natal!






[1] Educador, escritor e palestrante espírita. Contatos: vlousada@hotmail.com.
[2] Jo 13:33.
[3] O Livro dos Espíritos, questão 625.
[4] Jo 7:16
[5] A Gênese:, cap. XV, item 2.
[6] Idem.