Quando alguém te ferir, irmão querido,
Não permita que o ódio te exaspere:
Busca a força que a prece nos confere
E perdoa o algoz, compadecido.
Deixa que a voz do amor te retempere
Pondo-te a ouvi-la desensurdecido:
"Sede vós como o sândalo ferido
Que aromatiza a lâmina que o fere."
Nossas dores são débitos passados;
Agressores, amigos disfarçados
A quem devemos reconhecimento.
Há pois no mundo um sábio regramento:
Injustiças as há, e há culpados;
Não existem porém injustiçados.
Aureci Figueiredo Martins - Porto Alegre/RS - Brasil
Associado ao http://www.institutoesp.blogspot.com/