sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pensamento e autorrealização





       És o que cultivas no mundo íntimo através dos teus pensamentos. - Joanna de Ângelis[1]


Somos o que pensamos. O que pensamos reverbera no ser espiritual que somos, em conformidade com as emoções correspondentes, e se estende ao corpo somático através do perispírito.
         Desse modo, como força criativa e mobilizadora de fluidos, o pensamento erige a psicosfera particular em consonância ao nosso estado de elevação ou de instabilidade moral nutrida na vida interior e materializada em nosso cotidiano.
         A psicosfera de cada indivíduo revela o que ele traz no alforje do coração como reflexo das vivências encetadas nesta e noutras vidas, que se manifestam como condicionamentos refletidos nos hábitos e pensamentos atuais, formando um mosaico que denota a natureza moral daquele.
         Como estamos reencarnados tendo em vista o progresso espiritual que nos cabe efetivar, urge que eduquemos os pensamentos em prol da autorrealização, ou seja, do atendimento do programa reencarnatório elaborado, sob a assistência dos Benfeitores da Vida Maior, que diz respeito a um gênero de provas[2] necessárias ao desenvolvimento dos sentimentos nobres e da lucidez.
         Autorrealizar-se consiste em expandirmos as potencialidades do Eu por meio do trabalho, cuja concepção mais profunda consiste como “Toda ocupação útil”[3], ou seja, toda a ação que alavanca o progresso daquele que obra e do seu entorno.
         Para que possamos atender as tarefas que nos cabem nessa vida, de forma reta, progredindo e colaborando com o progresso da coletividade, os nossos pensamentos devem ser igualmente retos, disciplinados e postos a serviço desse auspicioso projeto.
         Para tanto, devemos começar a analisar a qualidade da vida mental que cultivamos. Cabe aqui uma pergunta: podemos aquilatar o teor moral dos pensamentos a que damos vazão diariamente?
         Tarefa pessoal, cada qual deve fazer essa análise investigando-se a si mesmo. A maior parte desses pensamentos tem sido nobres, libertadores, positivos e propositivos? Ou são inferiores, que nos agrilhoam às imperfeições, negativos e vinculados à insatisfação nada realizadora?
         É importante pensar sobre a natureza dos pensamentos produzidos diariamente porque eles determinam quem estamos sendo.
         Para dar conta dos deveres e programas renovadores trazidos para esta reencarnação, cabe a avaliação acima proposta porque o êxito da alma depende da força mental empreendida em prol disso tudo.
         Jesus afirmou outrora que obteríamos o que pedíssemos, o que nos permite inferir que nos realizaremos conforme os anseios alimentados na intimidade do ser.
         Nem sempre o que almejamos está em sintonia com aquilo que é importante, e boa parte dos propósitos superiores da alma se perdem no lodaçal do atendimento às paixões inferiores.
         Por outro lado, as atitudes enobrecidas que alteiam o nosso patamar evolutivo nascem no âmago de cada ser e aí são nutridas pelos pensamentos positivos, calcados no desejo lúcido de servir à coletividade e melhorar-se.
         Teus pensamentos emitem vibrações, angariam companhias espirituais e matizam os fluidos que te são habituais. Observa-os e coloca-os a serviço da vida, extuante, dinâmica e plenificadora.
         As melhores realizações, em sintonia com o gênero de provas que precisas superar para venceres a ti mesmo, nascem do planejamento e do cultivo mental que acalenta os nobres propósitos, fortalecendo a tua disposição para o bem.
         Pensa bem, com retidão, e a vida te responderá com o bem, favorecendo a tua consciente evolução.


[1] FRANCO, Divaldo. Atitudes renovadas. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis). Salvador/BA: LEAL, 2009, p. 33.
[2] O Livro dos Espíritos, questão 258.
[3] O Livro dos Espíritos, questão 675.