Vinícius Lousada
Aprende a repartir, a fim de
compartires.- Joanna de Ângelis[1]
O
egoísta diz: isto é meu, minha conquista, logo, me pertence! E, assim, frui de
um prazer temporário de forma solitária.
O
altruísta diz: vem meu irmão, veja o que temos, partilha comigo e convivamos
bem. Desse modo, recolhe um prazer da alma, permanente, e comunga da
fraternidade com o outro.
Nossa
reencarnação é um estado transitório e quando alcançarmos a condição de
Espíritos Puros, por meio das vidas sucessivas, e, iluminarmo-nos plenamente,
não estaremos mais fadados ao circuito de reentradas na carne.
Fácil
é perceber a transitoriedade da vida material quando, em verdade, tudo passa.
Os
bens mudam de donos e se tornam obsoletos, também, o corpo se desgasta com a
enfermidade e a juventude é ouro perecível ante a inevitabilidade da velhice e
da morte.
Aliás,
todos os dias marchamos para a desencarnação. Não se trata de pessimismo, é
apenas a constatação de uma lei da vida.
Entretanto,
a sabedoria não está em negarmos a realidade material, mas sim em colocarmos as
coisas a serviço de nossa evolução, enquanto nela estamos em trânsito.
A
posse material é empréstimo divino para que, mediante o trabalho, abençoemos
nossas vidas e as daqueles que nos cercam, nas quais os valores que temos podem
ajudar quando partilhados.
Podes,
desde já, vivenciar o princípio da solidariedade em prol do aprendizado do
desapego. Partilha o que tens em excesso, divide aquilo no que te apegas e,
mais, distribui, vez por outra, o que te pareça escasso para o uso pessoal.
Treina
o desapego com bom senso para que não te tornes um perdulário iludido com
virtude que não tens.
Contudo,
não sejas sovina quando podes aliviar a dor do próximo ao partilhares do que
tens – seja a tua inteligência ou o fruto de teu trabalho.
Partilha
para aprenderes a desfrutar em comensalidade fraternal.
[1] FRANCO, Divaldo. Momentos de Saúde. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis).
Salvador/BA: LEAL, 2001, p. 46.