A existência humana tem como objetivo essencial a conquista dos valores que se encontram adormecidos no cerne do Espírito. - Joanna de Ângelis[1]
Assomam-se as dificuldades em teu caminho e as lutas que tens travado na conquista de uma vida melhor parecem todas frustradas pelo mundo. O desânimo se acerca de teu coração e te sentes inclinado a desistir de teus melhores anelos.
Medita no sentido de perceberes que as demandas existenciais que nos movem são inerentes à etapa evolutiva em que nos encontramos, sendo necessárias à desacomodação em nós mesmos, tendo em conta que o trabalho e o progresso são Leis de Deus.
Reflete que trabalhando continuamente em torno das realizações felizes és instado a progredir, determinismo divino ao qual todos estamos atrelados. Somos vocacionados à plenitude e sua conquista é resultado de luta mesmo.
As reencarnações sucessivas, com as provas e expiações que nos reservam no campo das vivências, se vividas com sabedoria nos promovem na escala espírita. A cada reencarnação cabe ao Espírito galgar novo patamar ascensional, vencendo-se.
Portanto, se identificas que as dificuldades se assomam a tua frente obstando o teu caminho e as edificações felizes por ti sonhadas tardam a se realizar, pensa a respeito, adotando o paradigma do aprendiz atento às lições da escola terrestre.
Incompreensões na família constituem-se em desafio à exemplificação a fim de que apresentemos aos familiares a face da compreensão, na vivência de uma abertura ética à esse outro diferente de nós que, também, tem as suas lutas.
A carência material não é motivo de se colocar na condição de quem tudo pode exigir de instituições e pessoas, mas desafio à superação de si mesmo para a aprendizagem da cooperação, onde nos fazemos ricos de criatividade e empenho pessoal em prol de dias melhores.
A riqueza não se configura em decreto divino que autoriza o mandonismo ou a humilhação dos mais simples. É empréstimo de Deus para que o indivíduo colabore com o equilíbrio social, oportunizando aos necessitados trabalho e educação.
A enfermidade, em hipótese alguma, pode ser definida como castigo dos Céus. Ela é a amiga da saúde integral convidando-nos à cura mediante autoiluminação.
A ausência de trabalho ou o excesso dele são indicadores interessantes para a aprendizagem da disciplina, sem a qual não comandamos os impulsos primitivos e perdemos as mais expressivas oportunidades de melhoramento.
A dor moral é uma benfeitora que nos alerta com veemência a necessidade de novos rumos para o Espírito.
Os momentos de solidão são horas a serem aplicadas na meditação analítica de nosso mundo íntimo.
A falta do amor de outrem é convite à solidariedade junto à grande família humana. E os adversários são mestres do silêncio e da perseverança.
Ao dar-nos outro olhar sobre a vida, o Espiritismo no convida a perseverar no esforço reto sem nos deixarmos paralisar perante os desafios de cada instante.
Com retidão de caráter, forjada na têmpera das lutas e no amadurecimento do senso moral que elas ensejam, prossegue esforçando-te porque o que Deus julga útil para ti isso conquistarás.
Lembra-te de Jesus, mais uma vez a dizer-nos: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.”[2]
Portanto, alma amiga, prossegue em teus esforços.
[1] FRANCO, Divaldo P. Entrega-te a Deus. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Catanduva: Intervidas, 2010, p. 68.
[2] Mateus 7:7.