Carina Streda - carinastreda@terra.com.br - Sto Ângelo/RS
O Medo é um sentimento natural e necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar nossa vida. Como menciona Joanna de Angelis em várias de suas obras, o medo da morte resulta do instinto de conservação que trabalha a favor da manutenção da existência.
O medo, no entanto, é normal quando é moderado. Quando excessivo, torna-se patológico, passa a prejudicar a nossa vida fazendo com que vivamos mais com medo do que com tranqüilidade.
Joanna de Ângelis aponta que existem pessoas que tem tanto medo do instante da morte, que se matam para não esperá-la. Ou às vezes o medo da morte é de tal grau que a pessoa passa a temer o envelhecimento, recorrendo a todas as formas de tratamentos para manter uma aparência jovem, tentando mostrar aos outros e a ela mesma algo que ela não é.
Por mais que o medo seja natural, o medo que temos das coisas não nasce conosco. O medo nós aprendemos através das experiências que nos trazem alguma conseqüência ruim ou do juízo que fazemos daquilo que nos é desconhecido.
Sendo que aprendemos o medo, podemos desaprendê-lo. Desaprendemos incorporando novas idéias, nos esclarecendo a cerca do objeto do nosso medo.
Manoel Philomeno de Miranda, pelo médium Divaldo Franco assegura: a desinformação e as concepções erradas sobre a vida futura são responsáveis pelo temor da morte.
E geralmente o que gera esse medo descontrolado da morte é:
1º: Ninguém pode ter controle em relação a morte. Ela é certa para todos.
Segundo a doutrina espírita a única coisa que é fatal na vida é o instante da morte. Todos os outros fatos da nossa vida nós podemos modificar de acordo com nossas atitudes, mas a morte nos é inevitável.
2º: A falsa visão e informação que temos da morte.
Somos acostumados a acreditar que existe um Céu e um inferno e torna-se apavorante a idéia de que respondemos pelos atos da vida através da condenação ou do descanso eterno.
3º: O Materialismo.
Quanto mais nos prendemos aos bens materiais, mais tememos a morte, pois sabemos que não poderemos levar riquezas para o túmulo.
O Espiritismo ilumina os caminhos e nos faz ver com mais clareza e de forma racional, tanto a vida, quanto a morte. Vem nos mostrar que a Terra é uma escola e que, por isso, devemos aproveitar as oportunidades que surgem. Mas o principal vem nos lembrar que a vida na verdade não é essa e sim a vida espiritual.
Trata a morte com a atenção necessária já que é um fenômeno natural na vida humana, ao qual todos estão destinado. Responde aos nossos questionamentos através da Codificação, e nos vem provar a sobrevivência do espírito através dos relatos de entes queridos que retornam para nos alertar quanto a vida pós-túmulo.
E dentre esses relatos predominam aqueles que nos alertam que, após o desencarne, nos encontramos com nossa própria consciência, recapitulando todos os nossos atos, corretos ou não, e suas conseqüências. Aquele que viveu de forma desonesta, conturbada, não terá, com certeza, a mesma tranqüilidade daquele que procurou viver retamente.
Por isso se trabalharmos por termos sempre a consciência tranqüila, não teremos medo da morte, nem do que nos espera. Sabendo que tudo o que nos acontece é conseqüência de nossos atos, obtemos a tranqüilidade de que, agindo retamente teremos bons resultados no futuro.
Mesmo esclarecidos, e com a certeza da vida futura, teremos apreensão quanto ao momento de transição. Mas os esclarecimentos da doutrina espírita nos fazem ter uma confiança maior em Deus, em suas leis, e em sua Justiça, sabendo e aceitando que nada nos acontece que não merecemos e que não será útil para nossa evolução.
Passamos então a ver a morte, não mais com a possibilidade de um fim, e sim a certeza de um recomeço. Por meio do nosso desprendimento material, através da pratica da caridade e adotando Jesus e sua mensagem por modelo e guia, não temos o que temer do futuro nem da morte.
Leia o artigo de Kardec "Apreensão da morte" em http://www.webloguespirita.blogspot.com/