sábado, 11 de julho de 2015

AURECI FIGUEIREDO MARTINS - ENTREVISTA

Prezado Leitor,

Damos início a uma nova proposta em nosso blog com o objetivo de entrevistar alguns pensadores espíritas. O entrevistado de hoje foi o advogado, pai, avô, palestrante e escritor espírita Aureci F. Martins, colaborador do Instituto Espírita Terceira Revelaçao Divina, de Porto Alegre/RS.  Confira abaixo as reflexões apresentadas por Aureci:

"o Espiritismo é o Evangelho do Excelso Mestre Jesus, restaurado em espírito e verdade."


Larissa, Aureci, Vinícius e Valentina


1.     Quem é Aureci e como conheceu o espiritismo?
R - Nascido em 1942 em São Sepé-RS, Aureci Figueiredo Martins estudou até completar o ginásio em escola de freiras, porém desde seus 12 anos passou a dizer-se “espírita”, mesmo sem saber exatamente o que era o Espiritismo. Em 1963, tão logo concluído seu serviço militar, casou-se com a gabrielense Maria Olina Becker Martins. A partir de 1965, após havermos lido algumas obras de Allan Kardec, ambos nos fizemos colaboradores no movimento espírita sepeense. Transferindo-se o casal para Porto Alegre em 1971, ela concluiu o 2º grau e ele bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais (UFRGS, 1982), época em que, além das aulas noturnas, dividia o tempo restante entre atividades profissionais (administrativas e docentes) e a colaboração com o movimento espírita gaúcho: na SELC (hoje CCEPA) e na revisão da revista da FERGS, “A Reencarnação”.

2.     Quais atividades são desenvolvidas no IETRD e qual mais te afeiçoas?
- Fundado em 1931, o IETRD é hoje um centro de estudos e divulgação da doutrina espírita, tal com codificada por Kardec. Como dirigentes desde 1978, minha esposa e eu propugnamos por desvincular o pensamento espírita do atavismo religioso dos colaboradores e demais frequentadores.
Preferimos o estudo doutrinário em grupos participativos e críticos.

3.     Como percebes os grupos de estudos sistematizados da Doutrina Espírita?
- Ficam otimizados com a problematização dos temas estudados, somada ao diálogo e ao hábito de raciocinar por hipóteses.

4.     Qual fato mediúnico em tua experiência de dirigente espírita te chamou mais atenção e por quê?
- Alguns anos após sua desencarnação em acidente de trânsito, meu filho Áulus escreveu através da médium Srª. Maria Monteiro (no IETRD) uma mensagem na qual ele pedia desculpas pela demora em escrever-me, visto que já houvera mandado vários recados mediúnicos para a mãe dele. Fato relevantíssimo: a médium, ao entregar-me o texto recém psicografado, disse-me que, momentos antes de receber a visita do meu filho falecido, vira-me, numa percepção paranormal, muito entristecido sentado numa cadeirinha de praia debaixo de uma árvore, pois que, minutos antes, eu assim estivera no pátio da minha casa...

6. Que relação podemos estabelecer entre o pensamento de Jesus e o de Allan Kardec?
- De perfeita sintonia, pois que o Espiritismo é o Evangelho do Excelso Mestre Jesus, restaurado em espírito e verdade.

7. Dos autores espíritas consagrados, qual te chama mais atenção e qual obra? Por quê?
- Para citar apenas um de excelentes autores, fico com o pesquisador brasileiro Hernâni Guimarães Andrade e sua obra “Reencarnação no Brasil”, pois que tive o privilégio de conversar com ele uma vez, na década de 1980, na sede do IBPP, ainda na capital paulista.

8. Como vês o trabalho de pesquisa espírita do passado e na atualidade, algo a sugerir às novas gerações?
- Ao espíritas em geral, sugiro desconsiderarem o conceito moisaico do tal “pentateuco espírita” e incluírem em seus estudos todas as publicações feitas por Allan Kardec, especialmente a “Revista Espírita”.

9. Poderias nos falar da experiência pioneira da reunião pública que o IETRD desenvolve com a metodologia de conversação, seus limites e possibilidades?
- Trata-se de um grupo de estudos aberto ao público, dialogal (interativo), no qual se discute uma indagação previamente escolhido para a data. (Ex. “Por que reencarnamos?” O formato deve ser o de “mesa redonda”, em que todos possam enxergar uns aos outros sem nenhuma hierarquização.
Dialogar e raciocinar por hipóteses é o proposto para que todos possam opinar, sem jamais monopolizar a palavra e tampouco tentar impor suas ideias aos demais participantes. Graças à assistência espiritual, o pensamento espírita acaba fluindo numa interação dialogal altamente desobsessiva.

10. Que opinião tens sobre a literatura espírita contemporânea?
- Salvantes exceções, muita quantidade em pouca qualidade doutrinária.