quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ciência Admirável


Qual potente farol varando a noite escura
Em que a sombra do mal reinava soberana,
Fulge o sol da verdade eterna que promana
Da mensagem do Cristo, restaurada e pura.

É o fulgor celestial da obra kardequiana
Cujas bases factuais, em lógica estrutura,
Vêm revelar a vida além da sepultura
E as vidas sucessivas na experiência humana.

Corolário moral da messe iluminista,
Eis a Ciência Admirável com seu facho forte,
Tal qual no cartesiano êxtase prevista.

Sob a luz da razão, a fé se fez mais forte
E o homem pôde ver, além da própria vista,
A vida espiritual que esplende além da morte.

Aureci Figueiredo Martins, Porto Alegre/RS

I. E. Terceira Revelação Divina
aureci@globo.com

===============================================


Base histórica:

O rigoroso inverno de 1619 imobilizou o exército de Maximiliano da Baviera. Um percalço militar irrelevante para o desfecho da Guerra dos Trinta Anos, que ensangüentaria a Europa, mas que teve inesperada e decisiva importância para a Filosofia e a ciência moderna.
René Descartes, jovem francês de 23 anos engajado nas tropas bávaras, aproveitou o frio para se isolar em um quarto de estalagem nas cercanias de Ulm, na Alemanha, e - como era de seu gosto - passar dias em febril atividade intelectual.
Na madrugada gelada de 11 de novembro, as centelhas de seu cérebro explodiram em sonhos agitados - em um deles, o Espírito da Verdade lhe abria os tesouros da Ciência. Na manhã seguinte, superexcitado, Descartes concluiu estar no limiar de uma “ciência admirável".